Nalva Araújo
( ...Para desenvolver a percepção foge-se da informação exterior  para que não haja interferência da fantasia;
No entanto uma certa dose de informação é necessária...
Sendo que a informação exterior requer amadurecimento e discernimento e deve ser avaliada com cuidado até chegar a zona perceptiva, (aos sentidos) ...sem a informação exterior não há como desenvolver a percepção...Fantasia-se! 

Nalva Araújo )


O Alimento da Imaginação:

Possuir muita imaginação significa que a função de percepção do cérebro é suficientemente forte para, invariavelmente, não necessitar de um estímulo dos sentidos para entrar em atividade.
Consequentemente, a imaginação é tanto mais ativa quanto menos percepções do exterior nos forem transmitidas pelos sentidos. 
Uma prolongada solidão, a prisão ou um leito de doença, o silêncio, o crepúsculo, a escuridão, são-lhe propícios: sob a sua influência, entra em atividade sem ser invocada.

Por outro lado, quando é fornecida à nossa pecepção uma grande quantidade de matéria real do exterior, como sucede nas viagens, no bulício da vida, ao meio-dia, a imaginação faz férias e recusa-se a entrar em atividade, mesmo quando invocada: parece que não é a sua estação.
Não obstante, para que a imaginação seja frutuosa, é preciso que tenha recebido muito material do mundo exterior, pois só isso pode encher a sua despensa. 

Mas a alimentação da fantasia é como a alimentação do corpo: é precisamente na altura em que recebe uma grande dose de alimentos que precisa de digerir que o corpo se encontra menos eficiente e mais gosta de descansar - no entanto, é a esse alimento que deve toda a força que mais tarde manifesta, na altura certa.

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos' 
www.citador.pt/




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